BLOG

A década do Envelhecimento Saudável

Envelhecimento saudável - Villa dei Fiori Curitiba

 

Por: Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.

A região das Américas, com destaque para o Brasil, apresenta uma transição demográfica bastante rápida, o que exige adequações dos sistemas e serviços para atender às necessidades da população. A Década do Envelhecimento Saudável (2021-2030) é um movimento global cuja visão é de que vidas mais longas merecem ser vividas com mais saúde e oportunidades e, consiste em dez anos de colaboração multissetorial para promover o envelhecimento saudável e melhorar a vida de pessoas idosas, suas famílias e comunidades. A Década está estruturada em quatro áreas de ação principais – combater o preconceito em relação à idade e ao envelhecimento, comunidades que promovam as capacidades das pessoas idosas, serviços de cuidados integrados e de atenção primária à saúde centrados na pessoa e cuidados de longo prazo – permeadas por quatro habilitadores que estão relacionados à pesquisa e inovação, à liderança e participação das pessoas idosas. O Brasil tem avançado muito nas políticas voltadas para as pessoas idosas, mas a velocidade de sua transição demográfica, epidemiológica e social torna necessária uma resposta mais efetiva e eficiente a essas mudanças. A Década do Envelhecimento Saudável é uma oportunidade para reforçar estratégias vigentes e propor novas ações e atitudes para acrescentar mais vida aos anos.

 

A transição demográfica e o envelhecimento saudável nas Américas

O envelhecimento na América Latina é um dos mais rápidos no mundo e até o ano de 2050 um entre quatro latino-americanos terá mais de 60 anos.

Estima-se também que em aproximadamente dez anos (2030), haverá pela primeira vez mais pessoas idosas do que crianças com menos de 15 anos de idade na região das Américas.

Salienta-se nesse contexto o aumento acelerado das pessoas de 80 anos ou mais, que dentre as faixas etárias mais envelhecidas é a que apresenta a taxa de envelhecimento mais rápida.

Dentre os países da região das Américas, o Brasil destaca-se em relação ao envelhecimento populacional. Atualmente, o país conta com mais de 28 milhões de pessoas idosas (60+), o que representa 13% da população brasileira. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse percentual tende a dobrar nas próximas décadas, já que existe um aumento sustentado da expectativa de vida, que chegou a 76,3 anos em 2018 – 72,8 anos para os homens e 79,9 anos para as mulheres. É importante salientar que ao mesmo tempo que a expectativa de vida aumentou consideravelmente nos últimos anos, não existe respaldo científico para dizer que as pessoas estão vivendo com mais saúde. No Brasil, estima-se que existe uma lacuna de dez anos entre a expectativa de vida e a expectativa de vida saudável, demonstrando o aumento da prevalência de doenças crônicas e incapacidades.

O envelhecimento saudável, porém, não significa que as pessoas precisam estar livres de doenças.

Na presença de doença, envelhecer de forma saudável reflete o foco em viver bem e otimizar a habilidade funcional, e também ter a garantia de um cuidado coordenado que maneje a doença ao mesmo tempo em que considera os objetivos pessoais de cada indivíduo. As ações devem ser baseadas no conceito de envelhecimento saudável do Relatório Mundial de Saúde e Envelhecimento publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2015, que conceitua o envelhecimento saudável como o processo de promoção e manutenção da habilidade funcional, que permite o bem-estar na velhice. A habilidade funcional inclui atributos relacionados à saúde que permitem uma pessoa ser e fazer o que é importante para ela.

Esses atributos englobam todas as capacidades físicas e mentais que as pessoas apresentam (capacidade intrínseca) e ambientes que favoreçam o desenvolvimento dessas atividades. Nesse caso, considerar onde as pessoas vivem e levam suas vidas é fundamental, pois o ambiente molda o que as pessoas com determinado nível de capacidade intrínseca podem ser ou fazer.

Leia o artigo completo em: https://sbgg.org.br/edicao-especial-80/

Deixe seu Comentário
Deixe seu Comentário